Quem mora em cidades grandes já conhece os principais problemas dos centros urbanos: trânsito, poluição, crises de abastecimento, falta de áreas verdes, barulho em excesso e serviços ineficientes de limpeza urbana, por exemplo.
Mas a solução para todos esses problemas pode estar na tecnologia! É assim que surge o conceito de smart city, ou cidade inteligente, uma forma mais sustentável e agradável de viver em sociedade.
No artigo de hoje, vamos explicar melhor o que são as smart cities e como elas funcionam, além de mostrar alguns exemplos que já existem. Ficou curioso? Continue a leitura!
O que são smart cities?
As smart cities são cidades que usam tecnologia e soluções inovadoras para melhorar a infraestrutura urbana, aumentar a eficiência de serviços e promover o bem-estar da população.
A tomada de decisões a partir da análise de dados, a conexão dos edifícios à internet e o uso de sensores para medir a qualidade do ambiente são algumas características dessas cidades inteligentes, assim como a busca pela eficiência no uso de recursos.
Esse conceito tem ganhado força nos últimos anos e já vem sem sendo aplicado ao redor do mundo, com sucesso. Governos, institutos de inovação — como o MIT — e grandes empresas de tecnologia, como a IBM e a Siemens, têm apostado em pesquisas nesse sentido.
A União Europeia, por exemplo, lançou, em 2007, um programa de incentivo para que 70 cidades investissem em inovações e se tornassem smart cities, melhorando a qualidade de vida da população por meio da tecnologia.
Como funciona?
As smart cities construídas e projetadas até hoje se focam em quatro eixos principais, e vamos abordar cada um deles para que você entenda, na prática, como esse conceito funciona. Acompanhe!
1. Meio ambiente
A preservação do meio ambiente, já há algum tempo, deixou de ser uma preocupação apenas de ONGs e ambientalistas para ser um assunto de saúde pública, não é mesmo?
As mudanças climáticas, crises de abastecimento e outros problemas demonstram o quão urgente é a mudança. Portanto, este não poderia deixar de ser um dos eixos trabalhados pelas smart cities.
Fundamentalmente, toda smart city deve procurar uma maior eficiência no uso dos recursos, o que, por si só, já é sustentável.
Mas, além disso, a maioria das smart cities procura outras soluções em sustentabilidade, como o uso de fontes renováveis de energia, a reciclagem do lixo e o uso de sensores para determinar a quantidade de poluição no ar, impedindo que esse problema só seja detectado em níveis críticos.
Em Vancouver, por exemplo, já se iniciou um projeto de usar plástico reciclado para a pavimentação de ruas, junto a neutralização de toda a emissão de gases-estufa emitidos na cidade até 2020.
Outro ponto fundamental para a sustentabilidade das smart cities é o uso inovador dos meios de transporte, promovendo o uso coletivo de bicicletas e carros elétricos, além de outras soluções mais sustentáveis em mobilidade urbana. O que nos leva para o próximo tópico!
2. Mobilidade
O trânsito estagnado é um dos principais problemas enfrentados por quem mora em grandes centros urbanos. Fora os transportes públicos lotados, poucas linhas de ônibus e a falta de um metrô eficiente, realidade da maioria das cidades brasileiras.
As smart cities encaram esse problema de frente propondo soluções inteligentes e sustentáveis, como o uso compartilhado de carros elétricos compactos, o incentivo ao uso de bicicletas e a implementação de um transporte público de qualidade, movido a energias renováveis.
Por exemplo, em Bucheon, na Coreia do Sul, uma das primeiras smart cities construídas do zero, foi criado um sistema de trânsitos antiengarrafamento: com sensores e câmeras, é feita a previsão de pontos de retenção até dez minutos antes que eles aconteçam.
A partir disso, é alterado o tempo dos semáforos e alertas são enviados, em tempo real, aos motoristas, via letreiros nas ruas e aplicativo para smartphone, com a sugestão de rotas alternativas.
3. Interação cidadão-governo
Uma smart city só é possível com a participação do cidadão, para que as decisões certas sejam tomadas. Dessa forma, melhorar a relação entre população e poder público é uma das prioridades na projeção das cidades inteligentes.
Fóruns online colaborativos e redes sociais foram usadas em Vancouver, por exemplo, para aproximar cidadãos da governança e, nos Estados Unidos, diversas cidades têm investido em sites interativos para ouvir as demandas da população e levá-las aos políticos eleitos.
A análise de dados aqui também pode ajudar na identificação dos principais problemas enfrentados por quem habita a cidade e na busca por soluções realmente efetivas.
Além disso, as smart cities prezam pela transparência na gestão, ou seja, a disponibilização de todos os dados e contas das prefeituras para que sejam facilmente conferidas e entendidas pelo cidadão comum, facilitando a prestação de contas.
4. Qualidade de vida
A qualidade de vida é outro pilar fundamental para as smart cities, e, para melhorá-la, é necessário atenção quanto a segurança, o acesso à saúde e à informação.
Para melhorar a relação da população com a informação, em Songdo há sistema de internet 4G por toda a cidade, além de wi-fi gratuito e de alta velocidade.
Já com o foco em melhorar a segurança, em Charleston, nos Estados Unidos, é usado um sistema que monitora todas áreas da cidade, identificando em quais os roubos são mais comuns e reforçando o policiamento no local de maneira automática.
Outra forma também de melhorar a qualidade de vida dos cidadãos é a identificação inteligente, por meio de uso de dados, dos melhores locais para escolas e hospitais, facilitando o acesso aos serviços essenciais.
Como você viu, a construção de smart cities e o uso da tecnologia têm todo o potencial de transformar, para melhor, a forma com a qual vivemos em sociedade, além de também trazer benefícios para o meio ambiente.
Entendeu melhor o que são as smart cities e por que esse conceito é tão importante hoje em dia? Então, aproveite para continuar a aprender! Confira o nosso artigo sobre o feliz casamento de inovação e modelo de negócios. Boa leitura!
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