O movimento que as empresas devem repensar: o seu comportamento enquanto marca empregadora.
Por: Fernanda Granato – Co-founder da Logoon e Patrícia Sardinha – Co-founder da Logoon
Hoje, para começar esse diálogo, gostaríamos de perguntar para você, leitor, como foram pessoalmente os últimos 2 anos? Imagino que cansativo, desafiador e estressante tenham sido adjetivos que passaram pela sua cabeça ao ler essa pergunta. E muitos ainda viveram a dor do luto e da perda em meio ao trabalho e às demais atividades da vida.
Recentemente, foram realizadas algumas pesquisas que trazem dados que merecem a nossa atenção. E por que falar em números? Porque eles expõem grandeza e, se essa universalidade puder ajudar a incentivar um compartilhamento mais pessoal, estamos no caminho certo.
Vamos a alguns deles:
- ● O Brasil está na 2a colocação no ranking dos países com trabalhadores comcansaço excessivo.
- ● 63,5% dos líderes e 64,1% dos colaboradores apresentaram ansiedade como oprincipal distúrbio do período de pandemia.
- ● 30% dos profissionais sofrem da Síndrome de Burnout no Brasil.
- ● 26% percebem que o equilíbrio entre qualidade de vida e trabalho piorou.
- ● 37,86% alegam não poder expor suas opiniões e sentimentos na empresa.
- ● 48% sentiram mais pressão por permanecerem online o tempo todo.
- ● 9 em cada 10 pessoas relacionam a síndrome de burnout a modelos deliderança que não se preocupam com a sobrecarga de tarefas.
- ● 86% dos profissionais nunca participaram de ação voltada a cuidados e àconscientização sobre a síndrome de burnout na empresa em que trabalham.Agora, um dado que nos chamou muita atenção foi que 28% dos Colaboradores deixam as empresas por falta de suporte para a saúde e bem-estar. Logo, voltamos a pergunta inicial e a resposta: toda empresa é uma empresa de saúde, independente do seu mercado de atuação.Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é o país mais ansioso do mundo, com mais de 18 milhões de brasileiros. E estas mesmas pessoas estão no dia a dia das empresas, ora trabalhando, ora como consumidoras. Por isso, é importante refletir sobre todos estes números.E por que preocupar com a saúde como um pilar para além do físico dentro das empresas?
Hoje, as empresas têm 2 a 4 gerações trabalhando juntas e as diferenças geracionais exigem dos gestores jogo de cintura para manter o time equilibrado. E quem está preparando essas lideranças? A sua empresa tem encarado este desafio e apoiado seus gestores?
E pensando na questão da saúde, uma pesquisa recente afirma que 84% dos millennials relataram cansaço excessivo, a pandemia acelerou a preocupação com a saúde mental, o tempo que as pessoas passam online aumentou e existe uma enorme confusão entre as fronteiras de trabalho e lazer.
Não é para menos que, desde 1° de janeiro, o Burnout virou uma doença do trabalho, de acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID) da OMS.
Fique atento aos sintomas principais relatados pelas pessoas:
- ● Cansaço físico e mental constantes (67%)
- ● Ansiedade (65%)
- ● Dificuldade de concentração (51%)
- ● Baixa autoestima (51%)
- ● Mudança brusca de humor (45%)
- ● Irritabilidade em excesso (45%)A virtualização afastou as pessoas, o contato pessoal e as atividades físicas e de bem-estar. Hoje, temos uma retomada, em algumas empresas de forma mais impositiva e, em outras, de forma mais gradativa, devido ao tipo de contrato adotado, se é híbrido ou remoto, além da preocupação ainda com a pandemia e os novos desafios.Também podemos perceber um aumento na sensação coletiva de urgência e comparação em todas as áreas da nossa vida. Será que é mesmo tudo para ontem? O golpe tá aí, cai quem quer!É importante também refletir que vivemos em uma sociedade capitalista e o quanto isso provoca algumas armadilhas. Ao mesmo tempo que somos chamados, enquanto gestores, empreendedores e ecossistema, à responsabilidade com a saúde de nossos colaboradores, em determinados momentos, é preciso atentar-se a questões como a mercantilização da saúde mental, o imperativo da saúde, o exagero das cobranças e das comparações sociais, a própria economia do autocuidado e a produtividade em excesso. Quem, nos últimos tempos, não ouvir as expressões “gestão do tempo”, “seja mais produtivo”, “organize seu tempo”, “uns trabalham enquanto os outros dormem” etc.O equilíbrio é tudo na vida, seja profissional ou pessoal. Ninguém vai estar 100% bem o tempo todo, afinal as emoções e as experiências são pessoais e fazem parte do nosso crescimento. Cada um tem a possibilidade de encontrar um caminho que seja bom para si: terapias, exercícios físicos, apoio médico, conversar com os amigos, apoio das empresas, mentorias e coach, tempo livre sem cobranças, grupo de apoio, religião, meditar etc.
- Há uma diversidade de opções. E qual o papel das empresas?
Antes, precisamos reforçar aqui que é uma via de mão dupla! É necessário:
- ● Colaboradores ativos
- ● Lideranças ativas
- ● Empatia com os colegas
- ● Escuta ativa
- ● Canais abertos
- ● Programas de Qualidade de Vida
- ● Políticas de Diversidade e Inclusão
- ● Eventos de Integração e Descompressão
- ● dentre tantas outras possibilidades.Muitas empresas já adotaram jornadas reduzidas, modelos de trabalho híbrido e, principalmente, uma cultura organizacional que coloca as pessoas no centro, e estão de olho em sua integridade física e emocional.Para encerrar esse papo, queremos propor uma reflexão de milhões. Aqui vão algumas perspectivas que valem a pena serem levadas em consideração:
- ● A DOR do outro não se questiona e ponto final.
- ● VOCÊ e sua empresa são agentes de mudança.
- ● EQUILÍBRIO é fundamental.
- ● Tudo é uma JORNADA e é construída a várias mãos.E você, já pensou que sua empresa é uma empresa de saúde? Como pode transformar o seu ambiente de trabalho? Se você ainda não parou para pensar nestas e nas demais questões que abordamos aqui, comece agora mesmo!- –Somos a Logoon. Acreditamos na potência das pessoas, das empresas e no compartilhamento de conhecimento para construir RELAÇÕES e VALORES significativos para todos. Através do Canal ON, com os projetos “Conversas Necessárias” e da “Autonomia Feminina”, queremos proporcionar um espaço de diálogo, compartilhamento e troca de experiências. Levar esse projeto de palestras e diálogos para lugares diversos é o que nos move e contribui para a transformação coletiva.Instagram: logoon.br e Linkedin: logoon – —
Fontes:
https://exame.com/carreira/burnout-vira-doenca-do-trabalho-em-2022-o-que-muda-a gora/
https://www.instagram.com/p/CcacO9DrBIO/
MINI BIO
Nanda Granato
Diretora da VP setorial de Marketing da Fumsoft, Apaixonada por cultura, employer branding e gestão de negócios, é Co-founder da Logoon, mentora, empreendedora, mãe do Antônio e uma engajadora do compartilhamento de conhecimento e das boas conexões. Já palestrou no TEDx, Shes’Tech e muitos outros eventos. Um de seus propósitos é trazer para o debate a efetiva participação das mulheres no mercado de trabalho. Tem uma carreira no ecossistema de TI há mais de 10 anos e foi CEO de uma spin-off de tecnologia.
Instagram: @nanda_granato e Linkedin: fernanda-granato
Paty Sardinha
Engajadora de Cultura e Pessoas nas empresas, é Relações Públicas e Designer com 20 anos de mercado e um portfólio amplo e diverso nas áreas de Branding, Design, Comunicação, Governança, Liderança, Diversidade e Transformação Digital. Apaixonada por gastronomia, cultura, cinema e terapias holísticas, traz todo seu repertório para seus trabalhos e busca, através dos mesmos e das andanças, melhorar as relações entre as pessoas e delas com o mundo.
Instagram: @patysardinha e Linkedin: patysardinha
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