A série de seminários Minas 2050 prosseguiu na noite de 8 de novembro de 2018 com o terceiro evento da série de seis. Os três últimos seminários da série estão marcados para os dias 13 (3a-feira), 22 (5a-feira) e 29 (5a-feira) de novembro, respectivamente sobre os temas de Distribuição (uso da energia em 2050), Eficiência Energética (competitividade energética em 2050), e Cenários Energéticos em 2050 (desafios e oportunidades), com recepção às 18:30 e início às 19:00 na FUMSOFT (Av. Afonso Pena 4000).
A abertura foi realizada por Leonardo Fares, Presidente da FUMSOFT, e Fernando Leite, da Roda de Ideias. A seguir, foram realizadas as apresentações de Roberto Kishinami, do Instituto Clima e Sociedade, e de Francisco Portelinha Júnior, do INATEL (Instituto Nacional de Telecomunicações).
Roberto Kishinami iniciou explicando que o sistema elétrico brasileiro possui um parque gerador de 170 GW, bastante robusto, que está entre os dez maiores do mundo. Explicou então a necessidade de um sistema de distribuição flexível, capaz de absorver novas fontes de energia renováveis, como a solar e a eólica, porém, sem abrir mão da segurança
energética. Em seguida, explicou os fundamentos de qualidade de energia, a qual não deve exceder variações aceitáveis de tensão e manter frequência altamente estável. A seguir, apresentou o cenário atual e o plano decenal de expansão de energia (PDE) para o período de 2018 a 2027. Em seguida, chamou a atenção para o fato de que a propriedade das fontes de geração, das linhas de transmissão e do sistema de distribuição é da União. Assim, no caso de privatização, apenas a operação do sistema estará sendo privatizada por um período de concessão definido, sem que a propriedade deixe de ser da União. Ao
final, discutiu-se um possível cenário para 2050, onde cabeamentos subaquáticos devem ter um papel muito maior que o atual, seja na transmissão de usinas eólicas off shore, seja em linhas de transmissão na Amazônia, ou mesmo ao longo do Rio Tietê.
Na segunda parte do seminário, Francisco Portelinha Júnior iniciou chamando a atenção para a necessidade da integração de energia renovável para atingir os objetivos do Acordo de Paris. Seguiu adiante falando sobre o papel da eficiência energética no consumo de energia elétrica. Lembrou então o caso de 2003, quando um grande apagão no Canadá ocorreu devido a um acidente localizado no centro-oeste dos EUA. Seguindo então para possíveis cenários de 2050, discutiu fazendas solares, usinas eólicas off shore e redes elétricas inteligentes. Vários outros pontos foram discutidos, tais como a integração dos fluxos de dados e de energia, o uso de sincrofasores em larga escala, o monitoramento físico de torres de linhas de transmissão, sistemas de colheita de energia, micro-redes e análise de big data. Concluiu com uma síntese do uso de todas essas tecnologias na transformação do cenário global da energia.
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